sexta-feira, 1 de abril de 2011

Recordações

Onde está a minha madrinha?
      
        Acordei num sobressalto, como se tivesse tido um sonho, era de madrugada. Como um raio riscando o céu, fui assaltada pela imagem de minha madrinha. Onde está a minha madrinha? Por que se perdeu no tempo? O que eu fiz ou deixei de fazer prá que isso acontecesse?
       Quero a minha madrinha! Preciso saber de minha madrinha... tenho muitas lembranças dela. A última vez que a vi foi em 1983... quanto tempo!!
       Tinha um lindo nome, para uma criança que só sabia amar e gostar de ser amada, nunca imaginava que esse nome fosse um apelido: D. Pequena; dona de lindos olhos azuis, de uma simpatia que fazia brilhar ainda mais esses olhos. Mulher do S. Pedrinho, meu padrinho, que em beleza não ficava muito atrás. Mãe de duas belas filhas: a mais velha loirinha de olhos azuis, a outra, morena de olhos verdes.
        Minha madrinha era nossa vizinha, quando eu nasci. Desde o primeiro instante em que me viu se apaixonou por mim, dizia à minha mãe sempre, e insistentemente — dá essa neguinha prá mim. Uma frase que me seguiu até as minhas seis primaveras. Me recordo ainda com muita emoção daquela vozinha meio rouca, dizendo à minha mãe, tenho duas filhas, de olhos com cores diferentes, queria uma de olhos castanhos e cabelinhos assim, cor de mel, encacheados. Minha mãe sorria e dizia num modo bem à antiga — vê lá!! Minha mãe me perdoe, mas o sentimento, o amor que havia na minha madrinha era tão forte... eu sinto ainda hoje; acho que eu desejei que ela me desse mesmo; é o que eu sinto agora ao acordar de madrugada. Onde está a minha madrinha? Será que ainda posso encontrá-la?

3 comentários:

  1. Linda!!! minha madrinha a dindinha Lua...passo, fico a olhar, e peço a benção do luar, pra podê me protegê e dos males me afastá...

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  2. Que lindo Amiga!! Essa é a Sol que eu conheço!
    Grande beijo!

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  3. Olá querida Teresa! Só agora descobri o seu blog! Bem que você poderia voltar com suas postagens! Quanto ao texto, eu voltei ao passado e lembrei com muito carinho da minha tia-madrinha. Ela era irmã do meu pai,casada com o italiano Conrado Iannibelli, que às vezes falava coisas que eu não entendia bem, mas gostava muito do jeitão dele. Minha tia gostava muito de mim e fazia questão que a chamasse de madrinha demonstrando muito orgulho com isso. Ela era espírita e me ajudou muito com seus ensinamentos. Que saudade gostosa de sentir! Obrigada querida amiga por me proporcionar essa volta ao passado, lembrando de momentos que foram tão importantes pra mim. Querida amiga, espero que você possa retornar ao seu blog e dar continuidade às suas belas postagens! Fique com Deus! Beijos no coração!

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